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  As (nossas) rugas Se as rugas da nossa pele tivessem a oportunidade de falar, contariam tantos episódios que nunca ninguém sequer ousou imaginar. Dariam a conhecer as imensas lágrimas censuradas que ficaram por escorrer, contariam ao mundo em gritos estridentes a intensidade de dores, que tantas vezes nos obrigaram a esconder… Se as rugas que carregamos no nosso rosto fossem como páginas escritas e, na incerteza, rabiscadas, as bibliotecas do mundo seriam campos de concentração esvaziados sob valetas comuns de corpos sem acção e os nossos olhos, seriam duas luzes apagadas sem esperança, perdidos na escuridão… Sandra Fernandes
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     É fácil fazer juras de amor, e prometer a felicidade. Mas a maturidade vai deixando (em nós) a descoberto que nós não controlamos nada e nada depende totalmente de nós. Até porque nada é definitivo. Nada é para sempre. Até porque o infinito é agora. Ser para sempre é ser-se agora. Sorrir agora. Dar a mão agora. Abraçar, agora…      Fico sempre a pensar, quando ouço as pessoas dizerem que se amam “daqui até à Lua”. Fico confusa… A Lua parece tão perto… Por vezes se esticarmos o braço com bastante convicção, quase que a agarramos com a mão…      Fico sempre com dúvidas se o tamanho do amor pode ser comparado a algo exterior. O amor não é cá dentro? O amor não é profundo? De que serve querer sentir que se ama daqui até à Lua, se tantas vezes nem damos conta que as estrelas dos olhos estão a brilhar?      É fácil fazer juras de amor, e prometer a felicidade. Mas a felicidade é como a água que nos toca as mãos e nos escorre por entre os dedos. E quando a sentimos escorrer por entre os

BEIJO TEU

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Não preciso ver Para (te) sentir Porque só ser Já é existir. E cada beijo teu É declaração É amor, é céu É realização. Não preciso ter Para (te) possuir Porque te querer É já prosseguir. E cada beijo trocado É bem-estar É céu iluminado Luar… Não preciso vencer Para ganhar Porque (te) viver É já amar! E cada beijo que me dás É alimento É paz Puro sentimento! Poesias de Terra e de Mar por  Sandra Fernandes

O RESPEITO PELA VIDA

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A vida tem milhões de faces, milhões de formas, milhões de sabores. Ela apresenta-se das mais inesperadas formas e nos lugares mais improváveis. Desde a bactéria à maior baleia do oceano, a vida prova que está presente em tudo o que se passa. Quando percebemos que todas as vidas têm o mesmo valor do que a nossa, a nossa vida passa a ser muito mais valiosa. Descodificamos mais mistérios e valorizamos mais o tempo. Do mesmo modo que a vida chega num repente, também se esgueira de forma sorrateira. Para alguns, quando chega, é um problema, para outros, uma bênção… Eu sempre me sinto abençoada perante as faces da vida. Eu sou fã dela. Eu sempre opto por a defender… Mas a vida tem livre arbítrio, tem capacidades mágicas, tem capacidades exclusivas. Escolhe onde e com quem quer ficar. Escolhe quando chega e quando parte. É dona do seu tempo e dos seus portadores. A vida tem milhões de faces, milhões de formas, milhões de sabores. Saber viver é também ter a capacidade

Gosto de ser a madrugada

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Gosto de ser a madrugada que irrompe devagar E no silêncio gera sonhos apetitosos Que aos poucos faz a luz do novo dia chegar E produz sons naturalmente prazerosos… Gosto de ser a madrugada que se orvalha E o rasgar dos dias misteriosos que se avizinham Gosto de ter no corpo o calor de uma fornalha A incendiar o corpo escaldante que no meu se aninha… Gosto de ser a madrugada da ilha  E albergar nos meu braços montanhas e ondas de mar Gosto de ser a estrela guia que brilha  e ser madrugada para amar… Sandra Fernandes 5junho18 (Foto retirada da Net)

Alguns dias nascem cinzentos

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Alguns dias nascem cinzentos E  pintam de escuro o viver E nem com eficazes unguentos Eliminam de nós uma teimosa vontade de perecer… A tristeza vem sorrateira e apodera-se das nossas energias Deixando-nos petrificados Envenena -nos as almas, deixando-as vazias e os olhos tornam-se castelos inabitados... E tudo em nós perde valor Deixa, simplesmente de brilhar E aos poucos deixamos de ser amor Deixamos de saber como é amar…

Erguer a cabeça

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Eram dores Produto de desamores Desânimos Divergências… E, na verdade, Eram diferenças Nas essências… Nada mais unia. Todos os dias chovia. Havia muito conflito… Palavras feias Falta de paz às ceias Nada ao redor, já era bonito… Era preciso deixar partir Seguir adiante,voltar a sentir, Deixar a razão falar… Dar paz ao coração Permitir o organismo respirar… Porque pior que o dia pareça Há que erguer a cabeça E continuar… Voltar a caminhar Cair Levantar, Enxugar as lágrimas E deixar que o coração volte a amar…